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Adesivo pode ser colocado na “testa” de novos condutores? entenda a polêmica

A transição para se tornar um motorista confiante pode ser desafiadora para recém-habilitados, especialmente nas agitadas ruas das grandes cidades. A inexperiência pode causar insegurança, afetando tanto o novo condutor quanto os demais usuários da via. Uma proposta legislativa busca endereçar essa questão, introduzindo um método para identificar esses novos motoristas e potencialmente melhorar a segurança no trânsito.

Condutores
Adesivo para novos condutores? entenda | Imagem de freestocks-photos por Pixabay

Entendendo o Projeto de Lei

O deputado José Nelto (PP/GO) propôs o Projeto de Lei 1223/23, em discussão na Câmara dos Deputados, que sugere a obrigatoriedade de um adesivo identificador para motoristas recém-habilitados. A medida visa facilitar a identificação desses condutores por um período determinado, permitindo uma maior paciência e compreensão dos motoristas experientes.

Segundo o projeto, quem adquirir a Permissão para Dirigir (PPD) nas categorias A, B e AB terá que fixar no veículo um adesivo visível com a inscrição “motorista recém-habilitado”. A distribuição desse material ficaria a cargo das autoescolas, que entregariam o adesivo aos alunos aprovados no exame prático, buscando uma transição mais segura para o trânsito real.

A especialista em direção veicular, Márcia Pontes, alertou para o potencial de reações negativas e até de discriminação, especialmente em relação às motoristas mulheres. Ela também aponta o risco de o adesivo ser usado injustamente em disputas de sinistros, onde a inexperiência poderia ser indevidamente atribuída como causa de acidentes, independentemente das circunstâncias reais.

O projeto de lei causou bastante polêmica em meio a todos

Enquanto a intenção do projeto é aumentar a segurança e a paciência no trânsito, críticos argumentam que a medida pode, inadvertidamente, expor novos motoristas a um escrutínio negativo e aumentar a pressão sobre eles. A possibilidade de o adesivo contribuir para estigmatização em vez de apoio é uma preocupação relevante.

O PL ainda está em processo de análise nas comissões responsáveis, não sendo uma obrigatoriedade no momento. Seu avanço depende de aprovações nas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, indicando que ainda há um caminho a ser percorrido antes de qualquer implementação.

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O deputado José Nelto defende que a medida é simples, de baixo custo e pode contribuir significativamente para a segurança no trânsito. Ele ressalta a importância de identificar os condutores menos experientes como uma forma de reduzir acidentes e promover uma convivência mais harmoniosa nas vias.

A proposta de adesivos para motoristas recém-habilitados levanta um debate importante sobre como melhor integrar novos condutores ao trânsito de forma segura e respeitosa. Enquanto a intenção de melhorar a segurança é clara, as reações mistas sublinham a necessidade de uma abordagem equilibrada, que proteja os novatos sem expô-los a riscos adicionais ou estigmatização. A evolução desse projeto será crucial para determinar como o Brasil aborda a iniciação de novos motoristas em seu complexo ambiente de trânsito.