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Direção de condomínio proíbe entrada de visitantes sem CNH; pode?

A decisão do condomínio Damha II, em Campo Grande, de restringir a entrada de indivíduos com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) irregular, suscitou controvérsias entre moradores. A medida, segundo a administração, visa à segurança, mas levanta questões sobre sua legalidade e impacto. Este artigo explora os detalhes da política, as reações dos moradores e o contexto legal, conforme explicado por especialistas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

CNH
Condomínio proíbe visitantes sem CNH | Imagem de Виктор Сапожников por Pixabay

Medida de Fiscalização do Condomínio

Desde 2009, o condomínio Damha II adotou uma política interna que impede a entrada de veículos conduzidos por pessoas com CNH irregular. Esta medida, respaldada pelo Regimento Interno e aprovada em assembleia, tem como objetivo principal assegurar a segurança dos moradores.

A política gerou desconforto entre alguns residentes, que veem na restrição uma forma de constrangimento, especialmente em situações envolvendo visitantes e funcionários. Relatos apontam para casos de proibição de entrada, afetando diretamente o relacionamento entre moradores e seus convidados.

Em resposta às controvérsias, a administração do condomínio reiterou que a medida é antiga e consistentemente aplicada, enfatizando que a restrição visa à condução de veículo em situação irregular, sem impedir o acesso ao residencial por outros meios.

Contexto Legal e Opinião Especializada

O advogado Wilson Xavier esclarece que o Código de Trânsito Brasileiro se aplica em locais de circulação pública, incluindo áreas internas de condomínios. Assim, a regra adotada pelo Damha II encontra base legal no CTB, que considera tais áreas como vias terrestres urbanas.

Entretanto, Xavier destaca que a implementação dessa lei exige regulamentação específica por parte do município. Na ausência dessa legislação, a exigência de CNH regular para acesso ao condomínio poderia ser interpretada como uma usurpação da autoridade de órgãos fiscalizadores de trânsito.

A exigência do condomínio Damha II é legalmente viável somente se houver uma regulamentação municipal que a suporte. Caso contrário, essa prática poderia ser contestada legalmente, levantando dúvidas sobre a legitimidade da restrição.

Impactos da decisão do condomínio

A medida adotada pelo condomínio levanta um debate importante sobre o equilíbrio entre a segurança dos moradores e a liberdade de acesso aos visitantes e funcionários. A preocupação com a segurança é compreensível, mas deve ser ponderada com o direito de circulação.

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O diálogo entre a administração do condomínio e os moradores é essencial para endereçar as preocupações e buscar soluções que atendam às necessidades de segurança sem comprometer a hospitalidade e o acesso ao condomínio.

A situação no Damha II reflete a complexidade de gerir um condomínio sob regras que afetam diretamente a vida dos moradores. A discussão sobre a legalidade e aplicabilidade dessas regras é crucial para orientar futuras decisões e garantir que as políticas adotadas sejam justas, legais e aceitas pela comunidade.